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O que exatamente se
compreende quando falamos de uma espiritualidade
pagã tradicionalista?
No movimento contemporâneo
pagão existem muitas maneiras diferentes
de pensar sobre o que significa uma espiritualidade.
Hoje em dia as pessoas
confundem uma Tradição dinâmica
com uma ordem iniciática confusa
por causa das diversas mesclas, e isto
não é um problema de uma
determinada religião, é
uma questão de questionamento e
de compreensão individual.
Alguns movimentos tradicionalistas,
alguns mais outros menos ortodoxos, discordam
e até se sentem ofendidos com outros
movimentos neo-religiosos por misturarem
estas crenças nativas a uma mistura
sem sentido de tradições
e crenças, às vezes até
contraditórias. |
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Tradicionalismo, como observam
os tradicionalistas, independentemente do caminho
que nos dirigimos em nossa intimidade, é
essencialmente a recuperação das
realidades espirituais dos deuses e folclore
de nossa nação influenciada pelos
europeus nativos em uma convergência cultural
e religiosa.
Os celtas e os germânicos
são culturas muito admiradas pelo paganismo
contemporâneo. Estas culturas estão
posicionadas como nações tribais
diferenciadas na maioria das vezes por efeitos
linguísticos e/ ou folclóricos
muito concretos e não necessariamente
por apenas uma origem étnica distinta.
Encontramos paralelismos muito interessantes
entre ambas às culturas tendo em conta
a historia e os cenários que as cercam,
observamos que ambas as culturas são
fruto de um produto de convergência principalmente
composta por elementos nativos. Nos germânicos
observaremos a família mitológica
Vanir como Deuses de índole agrícola
e de magia campesina, em maioria pacíficos
e por vezes citando uma orientação
matrifocal. Do mesmo modo observamos posteriormente
os Aesir, deuses da realeza, de poder mágico
e autoridade com conotações bélicas
que acabam por produzir uma crise militar posteriormente
com seus futuros aliados: Os Vanir.
Após a guerra e selando
um intercambio mágico acabam por se aliarem.
Odín aprende com Freyja, Freyja aprende
com Odín e todos aprendem e cultivam
a sabedoria e assim se estabelece um único
panteão.
Com os celtas acontecem também
várias guerras, Lugh era o neto de um
Fomorie com que luta em lados opostos criando
assim uma convergência de panteão
também.
Isto se supõe que para
muitos de nós, a principal fonte de sustentação
cultural, espiritual e de origem para (Druidas,
Bruxos e Asatrus) serve para alimentar nossa
alma e de elevar nossas mentes.
Em minha opinião detectamos um estranho
interesse pelo exótico e visualizamos
as terras distantes de nossos ancestrais, o
solo que pisaram, uma incrível hereditariedade.
Aqueles que deram luz a uma cultura que posteriormente
foi evoluindo até chegar aos tempos de
nossos avós, nossos pais e seu trabalho
inquestionável de levar para a sociedade
em que vivemos e para os que nascerão.
Terra, família, céu,
(vivos e mortos), os deuses ...
Tudo é extremamente
ligado que é impossível conceber
um mundo que não se encaixa nessa comunhão
....
Para ver os valores antigos
também devemos olhar para trás
para os antigos deuses do nosso continente.
Eu acredito que a essência do chamado
"paganismo tradicional", ou seja,
que a crença destas antigas tradições
venham de encontro a reconhecer como os deuses
são, nos permitindo andar entre os mundos
e amparar as arestas do que tem sido mesclado
ao longo dos séculos, Os Deuses de nossa
terra estão vivos, porque a nossa terra
está viva e cuja cultura ouvimos aos
gritos!
Voltamos a dançar, a
cantar e voltar para o fogo alto no meio da
floresta, deixando ofertas saudáveis
para quem as merece-las. Nós viajamos
para um outro mundo ao ritmo de um tambor e
encontramos os espíritos da natureza,
com os nossos próprios ancestrais e ouvimos
os conselhos dos mais sábios Deuses.
Às vezes os encontramos,
por outras não, porque, conforme a mesma
natureza em sua plenitude, que não são
os deuses que devem se subordinar aos homens;
ensina-nos incontáveis ??lições
no "girar", que geralmente ocorrem
para superarmos as dificuldades.
Entendemos, com o tempo, e
nos darmos conta que no solo nos são
respondidas as perguntas de nossa alma, pouco
a pouco o coração da natureza,
no sentido mais pagão para isto, nos
envolve em nos mesmos, quando aprendemos as
formas antepassadas de nos dirigirmos a ela
e ela dizer o que sempre disse e sempre estará
a revelar.
"Que existimos porque
existiram e existirão pois existimos"
E nos revela muitas outras
coisas.... E que nos encontramos nessa busca
por ser esta mais uma necessidade de alma.
Cordialmente
Conselho de Bruxaria Tradicional |